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O poeta vai à praça

Praça do Ferreira, Fortaleza.

Clube.

O poeta vai à praça
Que abraça os sem teto
Onde se trocam afetos e se contam desgraças
Onde brincam descalços os filhos do concreto
Onde o consumido, fica pelas calçadas
A praça é povo
É o louco
O profeta
É também do palhaço a praça
O corpo exposto na vitrine o reflexo
Do preço exposto na vitrine do acaso
Queria ver na praça a mais alta corte
Eu quero ver a justiça na praça
Em vez de bruxas
A inquisição do congresso
Vejo uma toga de linho
Num cantador cego o juiz praça